segunda-feira, 20 de junho de 2011

AS ESTRATÉGIAS DE ISRAEL

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1. Documentos vazados revelam estratégia de Israel contra Estado palestino


RIO. A iminência de um revés diplomático na Assembleia Geral da ONU em setembro - quando os palestinos ameaçam levar à votação o reconhecimento de seu Estado unilateralmente - levou Israel a preparar um contra-ataque contra a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Segundo documentos do Ministério das Relações Exteriores vazados ao site de notícias "Walla", o governo do premier Benjamin Netanyahu considera cassar os passaportes especiais que permitem aos mais altos escalões da ANP cruzar livremente postos de controle na Cisjordânia e ter, ainda, acesso irrestrito ao território israelense.

Os chamados "passaportes VIPs" são distribuídos pelo governo israelense somente às autoridades do primeiro escalão, como integrantes do Gabinete e velhos negociadores do partido Fatah. Com o documento, os funcionários palestinos podem passar por qualquer posto de controle sem serem submetidos às inspeções do Exército de Israel.

Outra retaliação possível, afirma o documento, é a suspensão definitiva do "Acordo de Paris", assinado em 1994, segundo o qual Israel repassa à ANP mensalmente um montante relativo a cobrança de impostos e que a administração de Ramallah usa para pagar parte de seu funcionalismo público. Essa transferência de recursos já foi temporariamente suspensa há um mês em protesto ao acordo de reconciliação entre os partidos Hamas e Fatah.

2. Adiado o acordo entre Fatah e Hamas

RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - Um anúncio planejado para terça-feira de um novo governo de união palestino foi adiado após os movimentos Fatah e Hamas não conseguirem chegar a um acordo sobre um primeiro-ministro, disseram autoridades do Fatah no domingo.

O Fatah, liderado pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem apoio do Ocidente, nomeou para o cargo Salam Fayyad, ex-economista do Banco Mundial respeitado internacionalmente e que atualmente dirige o governo palestino na Cisjordânia.

O Hamas, movimento islâmico que tomou a Faixa de Gaza das forças do Fatah em 2007, rejeitou Fayyad, um independente, acusando-o de colaborar com Israel em um bloqueio ao território.

"Pedimos a nossos irmãos e à liderança egípcia para adiar a reunião por vários dias," disse Azzam al-Ahmed, chefe da delegação do Fatah para as negociações no Cairo, citando a movimentada agenda de Abbas.

"Vamos chamá-los dentro de alguns dias para definir uma data para uma nova reunião, e esperamos que a próxima sessão seja bem sucedida," disse ele à Reuters.

Outros funcionários do Fatah, que pediram para não ser identificados devido à sensibilidade da questão, atribuíram o atraso à discussão sobre a nomeação de Fayyad.

Questionado sobre se a reunião tinha sido adiada, um porta-voz do Hamas em Gaza disse que o grupo estava aguardando uma notificação formal de um atraso dos egípcios.

Na semana passada, autoridades palestinas disseram que Abbas e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, se reuniriam no Cairo na terça-feira para revelar o novo governo.

Sob um acordo de reconciliação alcançado em abril, as facções rivais concordaram em formar um governo de tecnocratas, composto por ministros sem filiações partidárias.

(Reportagem adicional de Saleh Salem em Gaza)


Comentários do Prof. Altamiro de Paiva

Israel estabelece estratégias diante da possibilidade dos Palestinos irem a ONU, para o reconhecimento do estado Palestino. São situações que hoje beneficia a autoridade Palestina, e também compromissos de repasses financeiros por Israel. Na realidade essa situação de nova estratégia, já produz efeitos no cenário político do Oriente Médio.

O acordo selado entre Fatah e Hamas, foi adiado, certamente diante do novo desenho político imposto por Israel. Claro, torcemos por um entendimento que possa permitir uma paz duradoura, para que haja desenvolvimento principalmente dos Palestinos. Em contrapartida, espera-se que os Palestinos civilizadamente reconheçam o estado de Israel, do contrário, fiquem certo, tudo voltará à estaca zero.

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