terça-feira, 2 de agosto de 2011

ISRAEL EM FOCO


GLOBO ON LINE

1. Israel estaria disposto a negociar com base em fronteiras pré-1967, diz TV


JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria aceitado retomar as negociações de paz tendo como base as fronteiras pré-1967, informa nesta segunda-feira a agência de notícias AP, com base numa fonte ouvida pela TV local "Channel 2".

Um funcionário do governo israelense ouvido pela AP não quis negar a informação, mas disse que Israel está tentando novas fórmulas para retomar as conversas de paz baseadas na proposta do presidente americano, Barack Obama.

Num discurso em maio, Obama propôs negociações com base nas fronteiras pré-1967, com trocas acordadas de território entre israelenses e palestinos. A proposta enfureceu Netanyahu, que reiterou que Israel não se retiraria totalmente da Cisjordânia - apesar de o presidente americano não ter feito menção direta a isso.

Agora, Netanyahu basicamente estaria aceitando parte desses termos propostos por Obama, segundo o "Channel 2", e estaria disposto a abrir mão de terras na Cisjordânia onde há assentamentos judaicos.

A fonte da agência de notícias deixou claro, no entanto, que as negociações não envolveriam uma retirada total da Cisjordânia.

- Estamos dispostos a reiniciar as conversas de paz para aceitar uma proposta que contenha elementos que seriam difíceis para Israel e acharíamos muito difícil de endossar - disse a fonte.

Parte da razão para essa mudança de postura seria a iniciativa que os palestinos promovem na ONU para obter o reconhecimento a seu Estado. A votação deve ser em setembro.


AGENCIA TERRA

2. Israel: Netanyahu enfrenta protestos e promete reformas

Reduzir Normal Aumentar Imprimir O governo israelense de Benjamin Netanyahu prometeu reformas neste domingo, com a esperança de conseguir conter uma mobilização sem precedentes no país, após as manifestações de sábado que exigiam "justiça social".

Ao iniciar o Conselho de Ministros, o primeiro-ministro anunciou a designação de uma equipe interministerial com o objetivo de elaborar um plano destinado a aliviar "as privações econômicas" sofridas pelos israelenses, segundo um comunicado oficial.

"Devemos atuar com seriedade e responsabilidade para mudar a ordem as prioridades no terreno econômico", afirmou Netanyahu, que encarregou uma equipe para organizar uma "mesa redonda à qual representantes de diferentes setores da população serão convidados".

Os representantes dos manifestantes rejeitaram a proposta do primeiro-ministro e exigiram se encontrar com ele pessoalmente frente às câmeras de televisão.

"Isso é uma manobra manipuladora por parte do primeiro-ministro", afirmou Dapni Leef, um dos líderes do movimento. "Saímos às ruas para exigir uma mudança de sistema e ele se contenta em formar uma comissão buscando se livrar de suas responsabilidades", completou.

Netanyahu apresentou sua oferta de diálogo um dia depois de protestos em massa em todo o país que reuniram 150 mil israelenses, segundo a imprensa, e mais de 100 mil segundo a polícia.

Neste domingo, o movimento continuou com uma passeata de centenas de mães com carrinhos de bebê em Jerusalém para denunciar o custo das creches. Na segunda-feira, haverá uma greve de funcionários públicos municipais.

A mobilização contra o alto custo de vida e por "justiça social" ampliou-se na tarde de sábado a dez localidades israelenses. "A voz do povo se expressou", é a manchete do jornal Maariv. Esse jornal destacou a "hostilidade, para não dizer o pânico que esse movimento de protesto provoca na liderança dos colonos" israelenses na Cisjordânia, que acusam a esquerda de manipular os manifestantes.

"A má notícia para Netanyahu é que o protesto foi muito forte. A boa notícia é que sua base eleitoral, sobretudo os mais religiosos, não participou", escreve o jornal em seu editorial.

"As questões sociais nunca fizeram tantas pessoas saírem às ruas", afirma, por sua vez, Yediot Aharanot. "Um compromisso dessa natureza contrasta com a indiferença e o cinismo da população até agora", acrescenta.

"A mobilização vai continuar a ser uma espinha de peixe na garganta do governo", diz o periódico. "Ontem à noite, Benjamin Netanyahu perdeu o poder (...) de modo lamentável. Prometa o que prometer, está liquidado", setencia o Haaretz.

Os protestos contra o alto custo de vida e pedindo justiça social tomaram conta na véspera de dez localidades israelenses. Em Tel Aviv, epicentro dos protestos, mais de 30 mil manifestantes marcharam pelo centro da cidade, levantando bandeiras vermelhas e israelenses.

Em Jerusalém, milhares de manifestantes - 5 mil, segundo os organizadores - realizaram uma passeata até a residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com cartazes nos quais se lia "toda uma geração quer um futuro".

O movimento de protesto, que começou há um mês e a princípio esteve dirigido contra a inflação dos aluguéis, ampliou-se contra o agravamento das desigualdades sociais e a degradação dos serviços públicos, particularmente na saúde e na educação.

Os manifestantes exigem um retorno ao "Estado de bem-estar social", como era nos primeiros anos do Estado judaico. Um dos slogans mais correntes era "o povo quer justiça social e não caridade".

Os manifestantes acusam o poder de estar a serviço dos magnatas das finanças e protestam contra a força dos monopólios e dos cartéis de Israel. Pela primeira vez desde que o movimento foi iniciado há um mês, a minoria árabe que sofre fortes discriminações associou-se a ele, nas manifestações em Nazareth, ao norte de Israel e na localidade de Baka Al Garbyeh, ao norte de Tel Aviv.

O protesto ocorre principalmente entre as classes médias, afetado com o aumento constante do custo de vida resultado de uma economia de mercado controlada por algumas famílias.

Comentários do Prof. Altamiro de Paiva

Parece que as negociações tendem a avançar, pela atitude tomada pelo primeiro ministro Israelense. Não se sabe se os Palestinos estarão dispostos as negociações, que certamente passam pelo reconhecimento do Estado de Israel.

A onda de protestos da primavera Àrabe, começa a refletir em Israel. Pessoas saem nas ruas clamando por reformas sociais, e o primeiro ministro já está atento ao apelo popular. Shalom!

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